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Moradores do Aventureiro cobram em audiência pública mais segurança no bairro

  • Mauro Artur Schlieck -

Os vereadores da Comissão de Proteção Civil e Segurança Pública ouviram moradores do bairro Aventureiro em audiência pública na noite desta segunda-feira (20). Preocupados com roubos e furtos, principalmente a comércios, comerciantes estão fazendo rondas até de madrugada por conta própria. As polícias militar e civil, no entanto, disseram que os índices de violência estão em queda no Aventureiro, mas mantiveram os números sob sigilo.

Presidente da comissão, Ascendino Batista (PSD) foi quem sugeriu a reunião. "O comércio vem sofrendo com roubos e furtos, em decorrência da falta de investimentos do Estado", afirmou. Assim como as autoridades e cidadãos que falaram na sequência, Batista pediu mais policiais no bairro.

"O problema de segurança no bairro não é de hoje", afirmou o comerciante Marcos Junior Pederssetti. Ele faz parte de um grupo de comerciantes que se juntaram para monitorar a violência. Em um mesmo dia, oito locais foram roubados, conta Pederssetti, levando os comerciantes a iniciar rondas durante o dia e a madrugada. "Os comerciantes têm dúvida de como vão encontrar seus estabelecimentos no dia seguinte", disse, pedindo mais policiamento e câmeras de vigilância.

Recentemente, bandidos armados assaltaram uma imobiliária e fizeram as funcionárias reféns, contou o presidente do Conselho de Segurança (Conseg) do Aventureiro, Osvaldo Visentainer. Furtos de portões de alumínio não são mais novidade, assim como de bicicletas.

O que dizem as polícias

As polícias civil e militar reconhecem que o número de policiais para atender à população é insuficiente. "O efetivo não sobe, mas sobe a população e os problemas sobem", disse o tenente-coronel Celso Mlanarczyki Júnior, comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar. Ele ressaltou que a tecnologia contra o crime, entretanto, teve avanços nos últimos anos.

O tenente-coronel apresentou percentuais de queda na criminalidade no bairro Aventureiro, mas preferiu manter os números sob "sigilo da informação". No gráfico apresentado por ele, os furtos e roubos vêm se mantendo em queda desde 2016. Em 2020, o Aventureiro era o 8º bairro no ranking de furtos da cidade. Já em 2021, ele está em 9º.

Quanto a roubos, o bairro caiu de 2º, na lista do ano passado, para 6º, na desse ano, deixando de ser "a bola da vez", segundo o tenente-coronel. Diminuiu também o número de homicídios: -63%. "Tem furto a rodo, é uma cidade grande, muitas vezes sem estrutura, e também é uma questão social", disse Mlanarczyki Júnior.

"Os índices criminais vêm numa redução", disse a delegada regional da Polícia Civil, Tânia Harada. A exceção é o número de estelionatos, os golpes que aumentaram muito depois da pandemia, principalmente pelo celular. A delegada pediu aos cidadãos que se previnam, acessando informações nas redes sociais da polícia e veiculadas na mídia.

Os dois policiais admitem que é difícil manter as prisões, no caso de roubos e furtos. "A gente sabe que tem muito furto, de tudo, mas, por vezes, aquele cidadão não fica na prisão, por uma série de questões", disse o tenente-coronel.

Para o secretário de Proteção Civil e Segurança Pública (Seprot), Paulo Rigo, os índices de criminalidade de Joinville são "relativamente baixos", se comparados aos de outras cidades brasileiras. Ele reconheceu, contudo, que é preciso não se deixar acomodar.

Rigo disse que a Seprot está "alinhada" com as forças de segurança e que a Prefeitura tem feito investimentos importantes, como na iluminação pública e revitalização de praças. Está nos planos o monitoramento das saídas de Joinville, ao custo de R$ 6 milhões.

Mais policiais

A falta de segurança, assaltos, furtos, homicídios e outros crimes registrados em Joinville já motivou a ida de vereadores a Florianópolis em 12 de agosto. Eles encontraram o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Dionei Tonet. Como resposta, tiveram a garantia da reposição dos policiais que estão se aposentando este ano e um possível aumento no efetivo já para 2022.

A iniciativa da reunião partiu do vereador Pastor Ascendino Batista, que entregou a Dionei Tonet uma moção por mais policiamento.

Na reunião desta segunda, o deputado estadual Sargento Lima (PL) disse que "a raiz de todo e qualquer problema é a escassez de recursos", referindo-se à falta de policiais, estrutura e equipamentos. Ele contou ter enviado R$ 1,5 milhão em emendas parlamentares para segurança pública no Estado. Lima afirmou, contudo, que não fará mais isso até que o governo estadual distribua de forma mais adequada os novos policiais, mandando mais efetivo para a região de Joinville.

O presidente da CVJ, vereador Maurício Peixer (PL), disse que a Comissão de Proteção Civil tem dado "muita atenção à comunidade" e que a CVJ está em um "novo momento", buscando soluções para o cidadão.

O vereador Brandel Júnior (Podemos) afirmou que o sentimento no munícipe é de insegurança e que, como empresário, ele sabe como é ser assaltado e furtado dentro do comércio. Segundo Brandel, o número de casos seria maior se todas as vítimas registrassem boletins de ocorrência. O parlamentar também lamenta o número de policiais e sugere colocar câmeras nas praças, nos comércios, nas ruas. "Vai levar muito tempo para termos um efetivo que realmente nos deixem seguros. Precisamos de projeto para que nossa cidade tenha mais câmeras", avaliou.

Comerciante no Aventureiro, Mauricinho Soares (MDB) contou ter sido assaltado seis vezes e lamentou a falta de efetivo das policiais.

Para o vereador Cassiano Ucker (Cidadania), segurança não é só a ausência de crimes, mas um sentimento de paz e tranquilidade. Ele pediu mais atenção à educação dos filhos, câmeras de vigilância e aumento no efetivo.

O vereador Henrique Deckmann (MDB) também cobrou aumento na quantidade de policiais e disse que é preciso investir na criança e no adolescente.
Participaram também da reunião os vereadores Wilian Tonezi (Patriota), Kiko do Restaurante (PSD) e Nado (Pros).
(Jornalismo CVJ - Carlos Henrique Braga)

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